As alterações à Lei de Finanças Regionais estão a dar que falar. Os partidos não chegam a um entendimento - em causa estão as transferências do Orçamento de Estado para a Madeira - e, segundo o jornal I, há a possibilidade de José Sócrates pedir a demissão caso o PSD não aceite as alterações.

Já escrevi aqui que este Governo de Sócrates não cumprirá os quatro anos. Mas isso não significa que o PSD venha a formar governo.

Até certo ponto, José Sócrates está a jogar bem.

O PSD está com uma crise de liderença, em perspectivas de vir a fazer um congresso extraordinário.

José Sócrates, por seu turno, pode alegar que não é possível governar sem maioria absoluta, havendo mesmo medidas relevantes cuja implementação fica adiada por falta de entendimento na Assembleia da República.

Num cenário de eleições antecipadas não me admiraria que o PS voltasse a ganhar.

Não nos podemos esquecer que, apesar de tudo, apesar das queixas em vários sectores da sociedade, o PS ganhou as legislativas e as autárquicas de 2009.

Manuel Alegre já manifestou disponibilidade para se candidatar à  Presidência da República.

Só espero que o PS assuma a candidatura de Alegre sob pena de voltar a perder as eleições.

A 31 de Outubro de 2007, o jornal “Público” [edição online] publicava a seguinte notícia:

“O constitucionalista Vital Moreira propõe a realização de um referendo à eventual saída de Portugal da União Europeia, em alternativa a uma consulta popular ao Tratado de Lisboa, da qual discorda por considerar que visaria um documento demasiado complexo e que se limita a introduzir alterações aos tratados já existentes.”

No dia 28 de Fevereiro de 2009, José Sócrates apresenta Vital Moreira como cabeça de lista do PS às eleições europeias do próximo dia 7 de Junho.

A política tem destas coisas…

Este fim-de-semana todas as atenções - pelo menos as dos socialistas – vão estar voltadas para o Congresso do PS, que tem lugar em Espinho. O Zézinho (José Sócrates para os amigos) é que vai estar bem e como gosta: a ser bajulado por todos os lados, não houvesse afinal três actos eleitorais este ano. É vê-los com elogios – tipo a eurodeputada Ana Gomes que, depois de contrariar o partido na questão dos voos da CIA [deve ter visto a sua vida andar para trás], vem agora dizer que se sente cada mais próxima do Zézinho – numa de garantir um tacho para os próximos quatro ou cinco anos.

O que vale é que nem todos são assim. Há quem ainda mantenha uma réstia de dignidade e não esteja para aturar estas politiquices.