Li um artigo de José António Saraiva, director do Sol, publicado na “tabu” de sábado passado, revista editada com o semanário. Fiquei em estado de choque quando comecei a ler o que o senhor lá dizia e as comparações que fazia.
“Na semana passada viajei até ao Atlântico profundo. E digo atlântico profundo' por analogia com 'país profundo' - para designar território português afastado da capital, perdido nos confins do mar.”
Por estarmos afastados da capital somos considerados “atlântico profundo”, como se estas ilhas fossem uma paragem obscura e sub-desenvolvida e as suas gentes uma cambada de ignorantes?
“Não sei naturalmente como o julgamento irá acabar, mas senti que a juíza não simpatizava comigo. Interrompeu-me logo de início, quando eu estava a descrever como funcionavam as coisas no jornal, e por mais de uma vez deixou escapar opiniões contrárias à minha explicação dos factos. Devo dizer que não estranhei este comportamento. É vulgar os juízes da província reagirem deste modo. Em meios relativamente pequenos toda a gente se conhece - sendo natural e humano que os juízes, como figuras da terra, se dêem e sejam solidários com as personalidades que lá vivem.”
"É vulgar os juízes de província reagirem deste modo"????? Província?? Deve estar a gozar comigo, aliás connosco, Açorianos. Para não descer ao nível deste senhor vou apenas dizer que a maioria - se não todos - dos juízes a trabalhar nos Açores é do Continente.
Quem é que é mais provinciano??