A Assembleia da República está cada vez mais interessante...
A Assembleia da República está cada vez mais interessante...
Vital Moreira vem aos Açores passar uns dias de férias, para descansar do desgaste do último acto eleitoral.
Se fosse ele tentava passar o mais despercebido possível... se não ainda se arrisca a levar alguma...
"Nós açorianos temos a consciência de nós próprios, conhecemo-nos como um povo que se individua no que lhe é específico"
Excerto do discurso de Carlos César, 31 de Maio, comemorações do Dia da Região
Estava ontem de conversa com um dos meus tios e falávamos de política. Uma das nossas constatações foi a de já não há políticos em Portugal, no verdadeiro sentido da palavra. Já não há aquelas personalidades que são capazes de ficar na história e fazer história, como o foram, por exemplo, Álvaro Cunhal ou Mário soares.
Ser político hoje é uma questão de jeito [e dinheiro]. Perderam-se as ideologias e as convicções. Os políticos da actualidade não são capazes de defender aquilo em que acreditam e deixam-se levar pelos lobbies e interesses instalados.
O pior é que Portugal está num momento em que precisa de políticos a sérios… Não me surpreendem, por isso, os elevados índices de abstenção e o desinteresse pelos assuntos mais importantes para a sociedade.
Depois do youtube, do facebook, do twitter e de uma série de plataformas de comunicação via web, eis que os partidos políticos, mais concretamente o PSD, desenvolveram um novo mecanismo de comunicação – as linhas telefónicas.
A partir de agora quem quiser “falar” com a Manuela Ferreira Leite pode ligar para o 808 202 009. Segundo o que li na imprensa, as pessoas são confrontadas com uma gravação em que a líder nacional do PSD diz que “todos são precisos”.
Resta saber se o PSD interessa-se de facto pela opinião dos portugueses sobre temas da actualidade – como diz o cartaz – ou se está à procura de um novo mecanismo de financiamento da campanha – cada telefonema tem o preço de uma chamada local.
A nova música dos Xutos e Pontapés, “Sem eira nem beira”, está a dar que falar com alguns a considerá-la como uma canção de protesto contra o governo de José Sócrates. A banda diz, em declarações ao Público, que a música não visa ninguém em concreto.
Deixo aqui um excerto da letra e que cada um tire as suas conclusões:
“Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou-se bem
Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar/Despedir
E ainda se ficam a rir
Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter
Uma vida bem melhor
Mas se eu nada fizer
Isso nunca vai mudar
Conseguir/Encontrar
Mais força para lutar
(Refrão)
Senhor Engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer (…)”
Cá por mim só tenho uma coisa a dizer: Grandes Xutos!