Permita-me um breve comentário em relação ao que considera uma "facada política":

Tanto quanto sei não há facada nenhuma.

Acontece que o PSD Açores tinha como objectivo eleger um deputado ao Parlamento Europeu. Ora, devido à triste lei da paridade (digo triste porque acho que esta lei é uma ofensa às mulheres, dando ideia que elas precisam de favorzinhos para serem eleitas), a lista tinha de ser composta por igual numero de homens e mulheres.

Ferreira Leite não conseguiu, tacticamente, dar um lugar elegível aos Açores no caso de indicar um candidato do sexo masculino.

Duarte Freitas coloca, assim, o seu lugar a disposição porque entende que o interesse dos Açores está acima de qualquer assunto pessoal e Berta Cabral, numa actuação deveras admirável , decide indicar Maria Patrão Neves, assegurando que o PSD e, consequentemente, os Açores tenham mais uma voz no Parlamento Europeu.

Além disso, há que retirar mais umas elações: parece que, afinal, o PSD Açores, ao contrário do que algumas vozes gostam de dizer, não é o Partido dos Tachos. Pelo contrário, como se provou neste episódio, não existem lugares cativos neste partido e ninguém é insubstituível

Por outro lado, convém lembrar que é a primeira vez que os Açores elegem ao Parlamento Europeu uma mulher e isso acontece pelas mãos do PSD.

Não quero deixar de sublinhar o facto do Sr. Duarte Freitas ser um excelente político e ter desempenhado um papel importantissímo no PE, tendo até sido considerado um dos Deputados portugueses mais activos no parlamento. Mas considerar facada política parece-me abusivo e irreal.

Não há, segundo me parece, outra leitura a fazer. É assim e pronto.

Resta informarmo-nos primeiro e depois tirar conclusões, evitando tecer considerações que podem dar uma ideia errada da realidade.

Respeitosos cumprimentos.